REFERÊNCIAS

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FIELL, Charlotte e Peter. Design do Século XX. Taschen,2005.

TAMBINI, M. O design do século. Ed.Atica, 1997.

MONTENEGRO, R. Guia de história do mobiliário. Editorial Presença, 1ª ed. Lisboa,1995.
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Art Nouveau. São Paulo, 1992.
PEVSNER, Nikolaus. Os Pioneiros do Desenho Moderno. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
BENÉVOLO, Leonardo. História Crítica da Arquitetura Moderna. Art Nouveau

CONCLUSÃO

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Com total rejeição da história - a Art Nouveau pode ser consideradao verdadeiramente o primeiro estilo internacional moderno.
Contudo, ficou ligada à decadência do fim-do-século por se basear em motivos ornamentais.
Resultado: foi estilisticamente ultrapassada pela máquina estética do início do século XX e pela preferência da vanguarda pelas formas geométricas simples mais adequadas à produção industrial.

ANÁLISE - ALGUNS ARQUITETOS E DESIGNERS

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Victor Horta - arquiteto belga
Um dos maiores expoentes do Art Nouveau - adotou total integração do design entre o edifício e os interiores.
Embora só tenha desenhado objetos para seus próprios projetos, seu trabalho exerceu grande influência.
Uma das primeiras impressões desse estilo na arquitetura:
Uso do ferro de forma inovadora - na estrutura e na decoração;
Uso de colunas em forma de caule ramificando em trepadeiras encaracoladas.



Interior da Maison Tassel (1892-1893).


Hector Guimard
Estudou em Paris de 1882 a 1885, sendo o principal representante do Art Nouveau francês. Foi inspirado pelos designs de Victor Horta.
Realizou muitos projetos de arquitetura, para os quais desenhou mobiliário e acessórios com forte sentido de organicismo.


Cadeira para sala de jantar da Maison Coilliet, c.1898-1900.

- design mais famoso: as entradas em ferro forjado do Metrô de Paris (1903): exemplificavam a exuberância de redemoinhos da Art Nouveau.




Henry van de Velde
• 1881 a 1884 – estudou pintura, foi membro de grupo de artistas pós-impressionistas.
• 1892 – trocou a pintura pelo design – inspirou-se em Ruskin e Morris.
• 1908 - Principal expoente do Jugendstil em Weimar - foi diretor de nova escola de artes aplicadas.
• DESIGN DE CARÁTER FUNCIONAL – que incorporava formas e motivos abstratos orgânicos.
• Van de Velde - um dos primeiros e mais influentes divulgadores do modernismo – ntecipou o Funcionalismo e a abstração - duas bases do design moderno.


Poltrona. Linhas de força criadas pelas curvas contrapostas - elemento de destaque
O desenho do tecido retoma as linhas de estrutura da madeira. 1896.

PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 7 - ITÁLIA

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Itália

Na Itália o estilo Liberty divulga-se somente após a Exposição de Paris de 1900 e afirma-se definitivamente com a Exposição Internacional de Arte Decorativa Moderna, que tem lugar em Turim em 1902. Embora não apresentando características de grande originalidade, o modernismo italiano pode contar com alguns marceneiros de talento como Quarti, Zen, Cometti e com um grupo de arquitetos e designers, dentre os quais teremos obrigatoriamente de citar pelo menos Ernesto Basile.

Eugenio Quarti é o expoente de maior destaque; várias vezes premiado, produz móveis sólidos e elegantes, servindo-se para tal dos seus conhecimentos tanto do Art Nouveau francês, em que se inspira para as decorações florais realizas com embutidos e com incrustações de madrepérola, marfim, prata e tartaruga, quanto da Sezession austríaca, que lhe suscita uma atenção particular pela estrutura e o gosto pela solução de certos elementos de ligação.

De outro modo, Giacomo Cometti (1863-1938) é atraído pelas soluções geométricas do inglês Mackintosh, filtradas pela elegância vienense: as suas cadeiras representam muitas vezes um verticalismo moderado, com as costas estreitando para cima e as cômodas, os toilettes e restantes móveis dotados de uma estrutura sólida com superfícies amplas, estrias e decorações florais esculpidas.

Após uma produção eclética, Carlo Zen, à frente de uma indústria estruturada, que depois passará ao filho Piero, aproxima-se do modernismo com móveis leves, de uma elegância um pouco amaneirada, abundantemente incrustados com cobre e madrepérola e não isentos de referências aos estilos do passado.

PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 6 - ESPANHA

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Espanha

O modernismo espanhol identifica-se com o movimento catalão, cujo expoente máximo é Antoni Gaudí (1852-1926). Ao lado das suas extraordinárias arquiteturas, únicas pela fantasia e liberdade de execução, os móveis do mestre espanhol são concebidos com uma grande liberdade criadora em que prevalecem a sinuosidade inquieta das estruturas, que por vezes se assemelham a cartilagens ósseas, outras vezes a hastes ondulantes, o aspecto visivelmente estrutural das superfícies e das nervuras e a decoração escassa, gravada ou em relevo, que transforma a matéria inanimada em formas de vitalidade efervescente.

PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 5 - INGLATERRA

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Inglaterra

Embora atuando, de certo modo, na origem do estilo Arte Nova, a Inglaterra nunca aceitará o desenvolvimento que ele alcança no continente, rejeitando em particular o fluir exuberante e livre das linhas. Após as primeiras experiências de Mackmurdo e Charles Voysey que, segundo as indicações do Arts&Crafts desenham móveis de linhas apenas levemente sinuosas ou inspirados no mundo oriental mais abstrato, e a seguir às experiências anglo-orientais de Goldwin, nasce em Glasgow um grupo que, guiado por Mackintosh, leva até as últimas conseqüências o rigor, o geometrismo e o culto pela linha pura que constituem a característica distintiva de uma parte da Art Nouveau.

Os móveis de Mackintosh representam o que de mais inovador foi realizado nesses anos, claramente fora de todos os revivais oitocentistas. As suas cadeiras, com os vertiginosos grafismos dos espaldares com travessas, as mesas, as camas, os armários emergem nos interiores, ora integrando-se ora tornando-se um pólo visual graças a um jogo de cor, determinado por toda gama de cinzentos, rosa, violeta, branco e preto. A verticalidade rigorosa, o entrelaçado elegante das linhas verticais e horizontais, a relação equilibrada entre os elementos decorativos, jogada nas formas elementares do quadrado e do retângulo com raras incrustações de vidro e madrepérola, tornam este móveis muito sugestivos.

PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 4 - ÁUSTRIA

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Áustria

É apenas já século XIX que toma forma na Áustria um movimento modernista, a Sezession. Fundada em 1897 pelo pintor Gustav Klimt e pelos arquitetos Josef Hoffmann e Olbrich, em breve começa a expor obras de arte aplicada num estilo caracterizado por uma linearidade seca e uma estrutura acentuadamente geométrica, muito próxima da obra do escocês Mackintosh.

Os móveis de Hoffmann são geralmente de grande simplicidade de composição: da suas oficinas vienenses fundadas com o pintor Koloman Moser, saem produtos fortemente caracterizados não só pela linha (muitas cadeiras e poltronas são executados em faia curvada e construídos pela firma Thonet), mas também pela cor – branco e negro. Olbrich, pelo contrário, liga a sua decoração ao círculo, utilizando-o livremente sobre as superfícies com um grafismo muitas vezes exuberante, mas de composição muito elegante. As formas dos seus moveis revelam por vezes a influência do estilo Biedemeier, que surge retomado com grande liberdade.

PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 3 - ALEMANHA

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Alemanha

São dois os centros em que se desenvolve o Jugendstil alemão: Munique e Darmstadt. Em Munique encontramos Hermann Obrist e August Endell, cujos trabalhos refletem embora com uma graciosidade um pouco fria, uma linearidade floral que, contudo não descuida os elementos estruturais.

Os móveis de Hermann Obrist (1863-1927), ativo em todos os campos de tecidos bordados, apresentam frequentemente uma simetria e uma plasticidade moderada. August Endell (1872-1925) mais conhecido pelas suas impetuosas decorações arquitetônicas, entre as quais a da célebre fachada do Atelier Elvira (1897), hoje destruída, exprime nos seus móveis, formas cujo esforço pela novidade se traduz por vezes em contradição.


Richard Riemerschmid - Relógio de pêndulo de carvalho e bronze para a
Dresdener Werkstätten für Handwerkskunst, 1903.

Próxima das experiências de Van de Velde é, pelo contrário, a obra de Richard Riemerschmid (1868-1957) que, partindo de uma linearidade sinuosa, utiliza formas geométricas. Por outro lado em Darmstad é a influência austríaca, e particularmente a de Joseph Maria Olbrich, a determinar uma maior austeridade das linhas e uma estrutura mais racional; aí trabalham os artífices Peter Behrens (1868-1940), um dos maiores inovadores no campo do design e da arquitetura européia, e um grupo de pintores e escultores ativos no campo da arte aplicada. Os móveis de Behrens, de resto também formado em Munique, distinguem-se pelo rigor gracioso e pela moderação elegante com que são expressas as linhas curvas.

PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 2 - BÉLGICA

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Bélgica
As primeiras manifestações modernistas no continente europeu verificam-se na Bélgica com a obra de Victor Horta (1861-1947), que no início de 1890 define de modo completo as características do novo estilo. As suas arquiteturas e os móveis que desenha para elas tendem a uma integração total do interior, desenvolvendo um desenho inspirado nas formas vegetais, sem nunca as reproduzir, mas interpretando as tensões elásticas em ornamentações ligeiras e flutuantes. Nos móveis, os elementos estruturais são muitas vezes dominantes, embora se submetam a um desenho delicado e elegante.

A atenção dada à estrutura do móvel é também característica de Henri Van de Velde, que podemos considerar o artista mais empenhado na afirmação do Modern Style. Arquiteto, pintor, designer e escritor, Van de Velde exerce a sua atividade em toda a Europa e interessa-se por todos os domínios da arte aplicada. Os seus móveis, embora renunciando aos elementos decorativos, como na famosa secretária em borboleta, baseiam-se nas linhas de força que emanam da própria estrutura; as suas curvas nunca são ornamentais, tendo como fim elas mesmas, mas resultam antes de uma intenção interna.


Henry van de Velde - Secretária. Estrutura articulada, com abertos e fechados contrapostos.
Decoração de borboleta atrás do tampo.


A madeira é sempre utilizada de modo orgânico, respeitando a elasticidade das fibras; as cadeiras e as poltronas têm muitas vezes as costas com abertos e com travessas curvadas estendidas. Ao lado de Van de Velde citamos também Gustave Serruier-Bavy (1858-1910), que representa o elo entre a experiência belga e a inglesa do Arts & Crafts.

PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 1 - FRANÇA

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França

Em Paris desenvolve-se uma tendência, de origem belga, que interpreta a linha como um signo abstrato que percorre as superfícies formando pregas e amplas volutas, tal como velas ao vento. A abolição das arestas que contribui para atenuar os ângulos e as molduras, ao mesmo tempo em que as estruturas se encrespam, criando linhas de força verticais. O material utilizado - madeira, bronze, ferro forjado, surge completamente dominado pela forma, modelando-se como a argila em formas que engrossam, se contorcem, rebaixam e revelam bruscas diferenças de espessura, denunciando uma inspiração direta no estilo Rococó.


Os principais artífices parisienses são: Guimard, Gaillard e de Feure. A Hector Guimard (1867-1942), autor das famosíssimas estações de metrô de Paris é reconhecida uma criatividade e uma extraordinária capacidade de tratar as superfícies dos móveis, em geral construídos em madeira de pereira, que parecem impregnados de uma misteriosa e simbólica tensão interna. Eugène Gaillard trabalha com a elegância e requintada delicadeza, como demonstra a famosa credência apresentada na Exposição de Paris de 1900, cujos puxadores em bronze polido se harmonizam perfeitamente com as deliciosas esculturas das portas e das gavetas.


Mesa de chá, c.1903 - Hector Guimard.



Os seus móveis inspiram-se na suave sinuosidade das ramagens, transformada em linha-guia para a realização das estruturas e das decorações. Georges de Feure (1868-1928) é completamente diferente: os seus móveis têm uma graciosidade natural, por vezes um pouco maneirista, mas exprimem um mundo menos inovador e mais ligado aos modelos rococó. Colorista requintado, Feure privilegia as cores claras como o cinzento, o azul, o verde-água, mas muitas vezes usa também os dourados nos canapés e poltronas, cujas formas delicadas são decoradas com incisões e entalhes.


Móveis Eugène Gaillard.


A Escola de Nancy, constituída em torno de Émille Gallé em 1901, trabalha toda voltada ao naturalismo, com uma forte dos de simbolismo de origem literária. Os móveis de Gallé caracterizam-se por estruturas muito tradicionais, e as suas proporções correspondem geralmente aos modelos Luís XV e Luís XVI. O que é diferente é o fato da espessura assumir um aspecto exuberante, e também as articulações lineares dos elementos vegetais, cujas decorações esculpidas ou embutidas se apresentam, de vez em quando, com o aspecto de flores, de ramos luxuriantes, de borboletas ou libélulas. A natureza simbólica destes móveis é frequentemente sublinhada pela inserção, em determinadas zonas, de frases ou versos. Igualmente se deve a Gallé uma extraordinária produção em vidro, muito inovadora.

Além de Gallé merece ser citado Louis Majorelle (1859-1926) que, em relação a esse seu mestre, exprime um maior sentido plástico (não é por acaso que os seus móveis são modelados em argila antes de serem construídos) sublinhado também pelas freqüentes aplicações de decorações em bronze dourado.

DIVERSAS DEFINIÇÕES - ART NOUVEAU

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São numerosas as influências que contribuíram para o nascimento da Art Nouveau, desde o revival do Gótico ao exotismo, desde o Historicismo ao Simbolismo, mas dentre todos reveste especial importância o Movimento Arts & Crafts, também definido como o “primeiro Art Nouveau inglês”, que vê no seu interior personalidades muito próximas do seu novo estilo, ou mais propriamente seus precursores, como Mackmurdo.

Após as primeiras experiências inglesas dos anos 1870-1880 que não chegaram, contudo a passar de um elegante decorativismo conforme os ensinamentos do Arts & Crafts, em 1890, como que por encanto, surge em Bruxelas um estilo novo, que amadurece durante os dois a três anos seguintes. É designado de muitos modos, alguns curiosos como: Paling Stijl (estilo agulha) ou Style Nouille (estilo espaguete), mas historicamente é conhecido por Modern Style, designação que anuncia a clara origem inglesa ou ainda o Estilo 1900.

Os seus maiores nomes são Victor Horta e Henri Van de Velde. Na Alemanha este estilo identifica-se com as posições da revista Jugend, da qual deriva o nome Jugendstil (estilo jovem). Na Áustria recebe o nome de Sezessionstil (estilo Secessão), devido a um grupo de artistas de vanguarda. Na França, após uma série de nomes como Style Moderne e de Style Métro (derivado das estações metropolitanas desenhadas por Hector Guimard), acaba ficando como Art Nouveau, nome de uma galeria de móveis que Samuel Bing, adepto fervoroso da nova arte, abriu em Paris em 1895. Na Itália a designação mais conhecida é a de estilo Floreal, mas o Liberty é igualmente muito popular, devido ao nome de uma firma inglesa então muito famosa pelos seus tecidos, a Liberty&co., de Londres. Na Espanha tem o nome de Arte Joven, tirado do título de uma revista fundada por Soler e Picasso em 1901. A utilização internacional do termo Art Nouveau deriva do sucesso obtido na exposição de Paris em 1900, em virtude do qual, embora conservando em cada país a designação local, a supremacia francesa é aceita por todos, a começar pelo nome.

AS QUATRO CORRENTES DO ART NOUVEAU

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Partindo da subdivisão inicial da Arte Nova, distinguiram-se quatro correntes específicas, ligadas às zonas geográficas onde se exprimiram.

- A primeira, que se desenvolveu na área franco-belga, caracteriza-se por uma forte abstração dos elementos naturalistas de partida e por um evidente simbolismo do conjunto; as linhas, marcadas por um dinamismo plástico “nervoso”, desenvolvem-se organicamente, muitas vezes a partir de um único ponto do móvel, vindo a transformar-se num elemento estrutural.


Sala de jantar do Hotel - Eetevelde 1895-1900 (Victor Horta - arquiteto belga)

- A segunda, tipicamente francesa e representada pela Escola de Nancy, está ligada a uma representação mais naturalista das formas animais e florais, que são usadas tanto como decorações, quanto como elementos estruturais; também neste caso se encontra presente um forte simbolismo, sublinhado pela inserção nos móveis de escritas alegóricas.

ESCOLA DE NANCY – fundada em 1901
Entre 1871 e 1900 – muitos artesãos talentosos fugidos da Prússia instalaram-se em Nancy (distante 30km da fronteira franco-prussiana). Esse fluxo de emigrantes aumentou a vida cultural e comercial de Nancy, tornando-se a cidade mais importante do leste da França. Vários designers produziram mobiliário e peças em vidro no estilo Art Nouveau, dentre eles: Jean Daum, Émile Gallé e Louis Majorelle, que foram muito apreciadas e tiveram grande sucesso comercial. Em 1901, instigadas pelo sucesso do trabalho, varias empresas que atuavam na região reuniram-se para fundar a Aliança da Província das Indústrias de Arte, que ficou conhecida como École de Nancy.


Aquário da Escola de Nancy

- A terceira corrente encarnada pela escola inglesa de Glasgow, identifica-se com o uso da linha como elemento de simplificação absoluta e de nítidas formas geométricas em que prevalecem uma verticalidade simbólica e um emprego muito rigoroso da cor.


- A quarta corrente desenvolve-se particularmente na região austro-alemã, manifestando uma tendência, de certo modo semelhante à inglesa, ligada à valorização dos elementos construtivos e ao controle das formas, que muitas vezes se identificam com as figuras da geometria elementar: o circulo e o quadrado. Também a decoração é utilizada com moderação, perdendo quase completamente o simbolismo comum às outras correntes.

AS MÚLTIPLAS FACES DA ART NOUVEAU

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Embora aparentemente contraditórias, as duas tendências da Arte Nova inspiram-se nos mesmos ideais de renovação artística e exprimem, sob formas diferentes, teorias muito próximas, visando uma concepção dinâmica e unitária do espaço, em que todos os elementos do mobiliário, desde os puxadores aos móveis e às tapeçarias, revestem idêntica dignidade estética, num contexto em que cada objeto é estudado e concebido exatamente para o lugar que ocupa.

E é aqui que surge a evidente oposição total do modernismo ao conceito de mobiliário vigente nessa época, em que a acumulação do bric-a-brac (S.m. Bras. 1. Conjunto de diversos e velhos objetos de arte ou artesanato, antigüidades, móveis, vestuários, bijuterias, etc. 2. Estabelecimento comercial que compra e vende tais objetos. 3. Do francês Bric-A-Brac.) dos móveis e dos objetos testemunha um sintomático sentido de horror do vazio.

INTRODUÇÃO

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O presente trabalho pretende fazer uma análise dos arquitetos, interiores e mobiliário presentes no Movimento Art Nouveau.

Após mais de meio século de Historicismo e de agudo Ecletismo, a última década do século XIX assiste ao desenvolvimento, não só na Europa, de uma tendência modernista ligada a todas as manifestações artísticas – desde a arquitetura à arte aplicada, da pintura à ilustração, da escultura às artes gráficas publicitárias – que respira uma renovação total, reivindicando a definição de “novo” estilo.

Embora se encontre com nomes diferentes em diversos países, é historicamente definido com a designação francês de Art Nouveau, que no Brasil é literalmente traduzido por Arte Nova. A característica principal deste estilo é a linha, que tão depressa é lenta como rápida, com um andamento quase sempre assimétrico e envolvente, passando de frágeis motivos decorativos a elementos estruturais vigorosos. A decoração, geralmente inspirada em motivos florais (campânulas, rosas, folhas e rebentos) ou do reino animal (borboletas, libélulas e galgos), não serve apenas para realçar a beleza do móvel, mas também como um meio para chegar à forma.

Ao lado desta Arte Nova exuberante existe uma versão feita de equilíbrio e de rigor elegante, caracterizada por uma decoração simples e por formas que se exprimem através de figuras geométricas elementares como o quadrado, o círculo e o retângulo, preferindo as superfícies planas esculpidas, as linhas verticais às sinuosas.

Rótulo de loção Edista. Um exemplo típico do estilo do Art Nouveau.

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