PAÍSES AFETADOS PELO ART NOUVEAU 1 - FRANÇA

posted under by Gabi Duarte
França

Em Paris desenvolve-se uma tendência, de origem belga, que interpreta a linha como um signo abstrato que percorre as superfícies formando pregas e amplas volutas, tal como velas ao vento. A abolição das arestas que contribui para atenuar os ângulos e as molduras, ao mesmo tempo em que as estruturas se encrespam, criando linhas de força verticais. O material utilizado - madeira, bronze, ferro forjado, surge completamente dominado pela forma, modelando-se como a argila em formas que engrossam, se contorcem, rebaixam e revelam bruscas diferenças de espessura, denunciando uma inspiração direta no estilo Rococó.


Os principais artífices parisienses são: Guimard, Gaillard e de Feure. A Hector Guimard (1867-1942), autor das famosíssimas estações de metrô de Paris é reconhecida uma criatividade e uma extraordinária capacidade de tratar as superfícies dos móveis, em geral construídos em madeira de pereira, que parecem impregnados de uma misteriosa e simbólica tensão interna. Eugène Gaillard trabalha com a elegância e requintada delicadeza, como demonstra a famosa credência apresentada na Exposição de Paris de 1900, cujos puxadores em bronze polido se harmonizam perfeitamente com as deliciosas esculturas das portas e das gavetas.


Mesa de chá, c.1903 - Hector Guimard.



Os seus móveis inspiram-se na suave sinuosidade das ramagens, transformada em linha-guia para a realização das estruturas e das decorações. Georges de Feure (1868-1928) é completamente diferente: os seus móveis têm uma graciosidade natural, por vezes um pouco maneirista, mas exprimem um mundo menos inovador e mais ligado aos modelos rococó. Colorista requintado, Feure privilegia as cores claras como o cinzento, o azul, o verde-água, mas muitas vezes usa também os dourados nos canapés e poltronas, cujas formas delicadas são decoradas com incisões e entalhes.


Móveis Eugène Gaillard.


A Escola de Nancy, constituída em torno de Émille Gallé em 1901, trabalha toda voltada ao naturalismo, com uma forte dos de simbolismo de origem literária. Os móveis de Gallé caracterizam-se por estruturas muito tradicionais, e as suas proporções correspondem geralmente aos modelos Luís XV e Luís XVI. O que é diferente é o fato da espessura assumir um aspecto exuberante, e também as articulações lineares dos elementos vegetais, cujas decorações esculpidas ou embutidas se apresentam, de vez em quando, com o aspecto de flores, de ramos luxuriantes, de borboletas ou libélulas. A natureza simbólica destes móveis é frequentemente sublinhada pela inserção, em determinadas zonas, de frases ou versos. Igualmente se deve a Gallé uma extraordinária produção em vidro, muito inovadora.

Além de Gallé merece ser citado Louis Majorelle (1859-1926) que, em relação a esse seu mestre, exprime um maior sentido plástico (não é por acaso que os seus móveis são modelados em argila antes de serem construídos) sublinhado também pelas freqüentes aplicações de decorações em bronze dourado.

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